Modelo de receita para SaaS: saiba principais tipos e como definir

Ricardo Acras

Existem diversos tipos de modelos de receita para SaaS, cada um com suas particularidades e benefícios. Entre os mais comuns, destacam-se o modelo de assinatura, o modelo baseado em uso, o modelo freemium e o modelo de preços personalizados. Um modelo de receita ideal reúne as melhores estratégias de monetização com o objetivo de garantir a viabilidade financeira e o crescimento da empresa. Mas para definir o modelo mais adequado, é imprescindível entender todo o processo de vendas. Incluindo o perfil do público alvo, as demandas que você vai solucionar e os objetivos de crescimento da empresa.

Conteúdo

O que é modelo de receita?

O modelo de receita nada mais é do que a forma como a empresa vai monetizar seus produtos ou serviços. Com a união de estratégias de gestão de vendas e aquisição de clientes para estruturar o faturamento e ter ganhos financeiros. 

Atualmente, existem diversas formas de gerar faturamento, alguns exemplos são: 

  • Assinaturas: se tratam de cobranças recorrentes, geralmente mensais ou anuais, por acesso a um produto ou serviço;
  • Freemium: Oferece uma versão básica gratuita, cobrando por recursos adicionais ou uma versão premium;
  • Licenciamento: Receitas provenientes da permissão de uso da propriedade intelectual da empresa por parte de terceiros;
  • Rede de afiliados: Baseado na promoção de links para produtos relevantes e coleta de comissão sobre as vendas desses produtos.

Qual a diferença entre modelo de receita e modelo de negócio?

O modelo de negócio é um plano que uma empresa desenvolve para obter lucro e gerar receita, focando nos produtos ou serviços que pretende comercializar, considerando a forma de divulgação e os custos envolvidos. O objetivo desse plano é conduzir a empresa de maneira lucrativa, com um mercado pré-definido e focado em estabelecer uma operação rentável.

Por outro lado, o modelo de receita possui foco específico em como a empresa vai oferecer seus produtos ou serviços, a forma de entrega ao cliente e o método de geração de receita. Tudo isso visando a obtenção de lucro.

Apesar desses dois conceitos serem confundidos com frequência, possuem particularidades e também são complementares. O modelo de negócios define as estratégias e operações, enquanto o modelo de receita utiliza essas informações para mapear previsões financeiras.

Em resumo:

  • Modelo de Receita: Como a empresa ganha dinheiro (mecanismos de receita);
  • Modelo de Negócio: Como a empresa cria, entrega e captura valor (estrutura operacional e estratégica completa).

Por isso, seja qual for o modelo de negócios escolhido, é essencial ter um modelo de receita. 

Qual a diferença entre modelo de receita e fluxo de receita?

O fluxo de receita refere-se às fontes específicas de receita dentro do modelo escolhido. Em uma empresa de SaaS, por exemplo, um fluxo de receita pode ser as assinaturas mensais, enquanto outro fluxo pode ser serviços de suporte adicionais.

Em resumo:

  • Modelo de Receita: A estratégia abrangente de como a empresa captura valor financeiro;
  • Fluxo de Receita: São as fontes específicas de onde o dinheiro vem, detalhando as entradas financeiras dentro do modelo de receita.

Enquanto o modelo de receita define a abordagem ampla para gerar dinheiro, o fluxo de receita detalha as diferentes fontes de dinheiro que entram na empresa. Juntos, eles permitem uma visão macro de como uma empresa planeja ganhar dinheiro e quais são as fontes específicas de sua receita.

Quais são os principais modelos de receita para empresa SaaS?

Existem diversos modelos para empresas SaaS, cada um com suas características e aplicações. Alguns dos mais comuns incluem:

Modelo de receita transacional

Nesse modelo, a empresa obtém lucro a partir de vendas avulsas de seus produtos ou serviços de forma individual, com pagamento único. Independente se a venda é para cliente final (B2C) ou para outras empresas (B2B).

Na receita transacional, os consumidores são atraídos devido à sua simplicidade e ao conjunto mais amplo de opções. Porém, esse modelo é amplamente utilizado pelas empresas levando a uma concorrência maior, queda dos preços e por consequência lucros menores. 

Modelo de receita on demand

No modelo on demand, os clientes pagam apenas pelo que utilizam. Esse modelo é ideal para serviços que variam de acordo com a demanda do cliente, como armazenamento em nuvem ou serviços específicos de computação.

Modelo de receita enterprise

Esse modelo geralmente envolve contratos personalizados, onde a empresa SaaS oferece soluções adaptadas às necessidades do cliente, incluindo suporte dedicado, integrações personalizadas e treinamentos. 

Os contratos enterprise costumam ser de longo prazo e podem incluir várias formas de faturamento, como taxas de implementação, assinaturas anuais e custos adicionais por funcionalidades específicas. 

Assim, é ideal para empresas SaaS que têm produtos robustos e escaláveis, capazes de atender grandes organizações com altos níveis de exigência.

Modelo de receita freemium

O modelo freemium é aquele em que os serviços básicos de uma empresa são gratuitos, mas os usuários devem pagar por recursos premium adicionais, extensões, funções, etc. 

Aqui, a ideia é oferecer algo gratuito para os usuários, permitindo que eles experimentem o produto ou serviço, mas ao mesmo tempo incentivá-los a pagar por recursos adicionais posteriormente.

Sua desvantagem é que exige um investimento considerável de tempo e dinheiro para alcançar seu público, além de um esforço adicional para converter usuários gratuitos em clientes pagantes.

Modelo de receita de assinatura

O modelo de receita se trata da oferta de um produto ou serviço onde os clientes pagam de forma contínua, geralmente de forma mensal ou anual.

Indicado para empresas em estágio inicial de desenvolvimento, esse modelo é uma das formas de gerar receita recorrente e trazer benefícios como previsibilidade financeira e redução da taxa de inadimplência ou churn.

Porém, é ideal ter uma grande base de consumidores para que seja um modelo realmente rentável e manter a taxa de adesão mais alta do que a taxa de cancelamento.

Modelo de receita de licenciamento

No mercado SaaS, existe o modelo de licenciamento por usuário, onde a empresa cobra um valor específico com base no número de pessoas que utilizam o software. Esse licenciamento também pode ser baseado no número de clientes, visitas, produtos cadastrados, entre outras variáveis.

A vantagem desse modelo é a flexibilidade, uma vez que o cliente pode adaptar o produto conforme as suas necessidades. Por outro lado, o valor pode ficar muito alto, por isso é mais indicado para empresas maiores. 

Modelo de Receita de Afiliados

No contexto de SaaS, esse modelo geralmente permite que especialistas no assunto do software tenham uma parceria com a marca, podendo conjugar seus serviços com a venda da assinatura.

Por exemplo, um software de marketing digital pode ter consultores de marketing afiliados, que ao prestarem seus serviços, podem também oferecer a assinatura do software em um valor melhor, recebendo uma comissão para isso.

Um de seus benefícios é que trabalhar com afiliados pode ser mais lucrativo do que depender apenas de anúncios, especialmente aqueles que têm autoridade no contexto de atuação do software. 

No entanto, é limitado a públicos específicos e tem sido adotado principalmente por pessoas físicas que atuam como freelancers no marketing digital.

Modelo de Receita de Venda Online

Nesse modelo, a fonte de receita da empresa são as vendas realizadas pela internet. O comércio de produtos e serviços pode ocorrer por meio de uma loja virtual, marketplaces, redes sociais e WhatsApp, por exemplo.

O modelo de receita de venda online permite maior abrangência, ou seja, não há limites geográficos. Além disso, é possível variar o fluxo de receita, incluindo vendas avulsas ou recorrentes.

A desvantagem é que nem todos os modelos de negócio são adequados para o comércio eletrônico. Por exemplo, soluções mais complexas que exigem consultoria e produtos mais caros podem requerer canais físicos.

Qual o melhor modelo de receita recorrente para SaaS?

O modelo de assinatura seja mensal, trimestral ou anual, é amplamente considerado o melhor para empresas de SaaS. Ele proporciona um fluxo de receita estável e previsível, permitindo melhor planejamento financeiro e crescimento sustentável.

No entanto, é preciso analisar caso a caso. Isso porque identificar o melhor modelo de receita depende do modelo de negócio da empresa, das estratégias de aquisição e dos seus objetivos de faturamento e escala. 

Como definir o modelo de receita para a sua empresa SaaS?

A escolha do modelo de receita SaaS depende de diversos fatores, como o tipo de produto ou serviço, o público-alvo, os custos da empresa e os objetivos de negócio. É importante analisar cuidadosamente cada opção e considerar as vantagens e desvantagens de cada uma antes de tomar uma decisão. 

Para isso, elencamos algumas dicas:

1. Entenda seu produto e mercado

Avalie se o seu produto é uma solução simples ou complexa. Produtos mais simples podem se beneficiar de modelos de receita baseados em assinaturas, enquanto soluções mais complexas podem exigir um modelo de preços personalizados ou de licenciamento.

Também considere quem são seus clientes. Se você está atendendo a pequenas empresas ou consumidores individuais, um modelo de assinatura mensal pode ser ideal. Para empresas maiores, um modelo de licenciamento ou preços personalizados pode ser mais adequado.

2. Analise a concorrência

Veja quais modelos de receita seus concorrentes estão usando. Isso pode fornecer insights valiosos sobre o que funciona (ou não) no seu setor.

Outro ponto importante é a diferenciação. Saiba como você pode se diferenciar da concorrência e ter maior vantagem competitiva.

3. Avalie sua capacidade e recursos

É importante saber se a sua empresa tem os recursos necessários para implementar e gerenciar o modelo de receita escolhido. Modelos baseados em uso ou preços personalizados podem exigir sistemas de faturamento mais complexos e equipes de suporte robustas.

E se tratando da escalabilidade, é relevante que o modelo escolhido possa crescer com a sua empresa.

4. Considere a flexibilidade para os clientes

Ofereça várias opções de planos para atender diferentes necessidades e orçamentos. Além disso, garanta a facilidade de transição para que os clientes possam facilmente transitar entre diferentes planos conforme suas necessidades mudam.

5. Teste e Ajuste

Considere lançar o modelo de receita em fase de teste para um grupo pequeno de clientes. Colete feedback e faça ajustes conforme necessário.

Para isso, monitore as métricas-chave como CAC, churn rate, MRR e ARR, para avaliar o desempenho do modelo e fazer ajustes contínuos.

6. Alinhamento com os objetivos da empresa

Certifique-se de que o modelo de receita escolhido está alinhado com as metas de crescimento da sua empresa. Modelos de assinatura podem fornecer uma receita previsível e constante, enquanto modelos baseados em uso podem oferecer potencial para crescimento rápido.

Lembrando que o modelo deve ser sustentável a longo prazo, proporcionando fluxo de caixa constante e apoio ao crescimento estratégico da empresa.

Com esses passos, você pode definir um modelo de receita que não apenas atende às necessidades dos seus clientes, mas também sustenta o crescimento e a rentabilidade da sua empresa SaaS.

Como avaliar o sucesso do modelo de receita para SaaS?

Avaliar o sucesso do modelo de receita envolve monitorar várias métricas importantes, tais como:

Receita Recorrente Mensal (Monthly Recurring Revenue – MRR)

É o cálculo da receita que sua empresa receberá a cada 30 dias com o pagamento de todos os clientes.

Receita Recorrente Anual (Annual Recurring Revenue – ARR)

Essa métrica é bastante comum em negócios baseados em assinatura, como as vendas SaaS. A receita recorrente anual representa o valor da receita recorrente que cada cliente paga anualmente.

Custo de Aquisição de Clientes (CAC)

Para determinar o CAC, é preciso dividir o custo total com vendas e marketing pelo número de negócios fechados . 

Esse número será menor para empresas que usam um modelo de vendas transacionais e maior para organizações focadas em vendas Enterprise. Um CAC alto pode indicar um crescimento rápido da empresa, enquanto um CAC baixo sugere áreas onde se pode investir em crescimento ou aumentar a receita.

Taxa de Velocidade do Lead

Com que rapidez seus leads crescem a cada mês? Mesmo que a taxa de crescimento do MRR seja constante, isso pode apenas indicar o desempenho atual, sem prever crescimento futuro.

Taxa de Rotatividade (Churn Rate)

O cálculo do churn é feito da seguinte maneira: divida o número de clientes perdidos pelo número de clientes com os quais você começou dentro do período analisado. Um bom indicativo é a taxa de rotatividade negativa, isso significa que você conquistou mais clientes do que perdeu.

Taxa de Ganhos (Win Rate)

Para encontrar a taxa de ganhos do seu modelo SaaS, divida o número de oportunidades fechadas pelo número total de oportunidades (fechadas e perdidas). Com essa taxa, você poderá verificar a eficácia da equipe de vendas e a qualidade dos leads trabalhados.

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Ricardo Acras

20+ anos de experiência como desenvolvedor. Fundador e atual CEO do Focus NFe.

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