Recibo Provisório de Serviços (RPS): o que é e como emitir online

João Vallim

O Recibo Provisório de Serviços é essencial para a emissão de notas fiscais das empresas, independente da área de atuação. Em situações onde ocorre a falta de conexão com a internet e a emissão da Nota Fiscal de Serviço eletrônica fica inviável, este documento é utilizado como um equivalente temporário para aqueles clientes que não podem aguardar a emissão da NFSe. No entanto, é preciso que o RPS seja transformado em documento fiscal dentro dos prazos previstos no regimento de cada município. Assim, desenvolvedores e gestores das empresas precisam saber como funciona essa dinâmica e estar atentos às particularidades dos documentos fiscais. Acompanhe o artigo de hoje e entenda o que é o Recibo Provisório e como emiti-lo de forma online.

Conteúdo

O que é Recibo Provisório de Serviços?

O Recibo Provisório de Serviços (RPS) é um documento fiscal temporário utilizado como documento substituto da Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFSe) em situações em que não é possível emitir a nota no momento da prestação do serviço. 

Para que serve o RPS?

O RPS é um documento importante para o controle fiscal das atividades de prestação de serviços e permite que o prestador de serviços cumpra as obrigações fiscais mesmo em caso de problemas técnicos ou operacionais.

Sua emissão é responsabilidade do prestador de serviços e deve conter as seguintes informações:

  • Número do RPS;
  • Data e hora de emissão;
  • Nome, CNPJ ou CPF do prestador de serviços;
  • Nome, CNPJ ou CPF do tomador de serviços;
  • Descrição do serviço prestado;
  • Valor do serviço prestado;
  • Valor do ISS devido.

Lembrando que o RPS é numerado para ser impresso em duas vias: uma para a empresa e outra ao prestador do serviço.

Após a emissão do RPS, é necessário que o prestador de serviços converta o documento em NFSe em até 10 dias. Essa conversão pode ser realizada manualmente ou de maneira automática por meio do sistema de emissão disponibilizado pela prefeitura.

Como obter o recibo provisório de serviço para o seu negócio?

O RPS deve ser solicitado na Prefeitura em cuja cidade foi prestado o serviço. Como não há um modelo padronizado no Brasil, o documento pode variar de acordo com as exigências burocráticas de cada município.

Mas ele sempre deve ser numerado de modo sequencial e impresso com todos os dados para ser convertido em NFSe, principalmente CPF ou CNPJ do tomador de serviços. O Recibo Provisório de Serviços tem uma série e número de lote, então qualquer erro ao preencher esses campos pode impedir a emissão correta das notas ou gerar rejeições.

O que é a série do RPS?

A série dos RPS varia conforme cada Prefeitura, podendo ser números ou letras. Portanto, é preciso consultar o município da empresa antes de iniciar a emissão das NFS-e.

O que é lote do RPS?

Algumas prefeituras determinam como lote a emissão da NFSe. Logo, é apenas um controle de quantidade de notas em formato sequencial emitidas por um CNPJ.

O RPS substitui a Nota Fiscal?

Muitas pessoas acreditam que o RPS substituiu a NFSe. Entretanto, o próprio nome diz muito (“provisório”) e deve ser utilizado apenas em caso de imprevistos. Portanto, ele não substitui a nota fiscal.

Este comprovante surgiu para evitar que incidentes e situações de emergência atrapalhem a emissão de nota fiscal eletrônica de serviço. Com ele, você cumpre os prazos para gerar os documentos fiscais e não sofre com penalizações legais.

Lembrando que é sempre importante recorrer a um contador quando precisar de ajuda nessa área!

Todas as prefeituras permitem o uso de RPS?

Não, nem todas as prefeituras permitem o uso de RPS. 

A emissão do Recibo Provisório de Serviços está diretamente ligada ao Imposto Sobre Serviços (ISS), que é de responsabilidade municipal. Portanto, cabe aos municípios estabelecer suas regras para o uso desse tipo de documento.

A maioria das prefeituras que fazem a emissão automática de NFSe (via integração ou webservice) exige o uso do RPS antes de gerar o documento fiscal. Quando isso ocorre, o RPS é convertido em NFSe pela prefeitura logo após a solicitação de emissão.

No entanto, também há prefeituras que exigem a geração da NFSe de imediato. Nesse caso, o RPS não é permitido.

Para saber se a prefeitura do seu município permite o uso de RPS, você pode consultar o site da prefeitura ou entrar em contato com o setor responsável pelo ISS.

Outra questão relevante, é que o envio do RPS pode variar conforme o município e ser feito de forma síncrona ou assíncrona. Vejamos caso a caso como funciona.

Envio síncrono

Ao enviar uma nota de forma síncrona, a SEFAZ retornará imediatamente a situação da nota, juntamente com o XML autorizado e o PDF para impressão.

Envio assíncrono

O envio assíncrono é mais lento porque requer duas conexões separadas com a SEFAZ. Na primeira, o XML da nota fiscal é enviado e você recebe um número de recibo. Na segunda conexão, a situação da nota é consultada usando o número de recibo via requisição.

Quando imprimir o Recibo Provisório de Serviço?

O Recibo Provisório deve ser impresso no momento da prestação do serviço, quando não for possível emitir a Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFSe) no mesmo momento.

De certa forma, o RPS lembra a Contingência Offline da NFCe. Isso porque ela também permite que o prestador de serviço forneça um comprovante com validade fiscal para o cliente, sem ter que esperar uma autorização rápida da prefeitura.

Logo, esse documento somente deve ser utilizado apenas quando o web services e/ou a conexão com a internet estão indisponíveis. Do contrário, emita e utilize sempre a Nota Fiscal de Serviço eletrônica (NFSe).

Quando converter o RPS em NFSe?

O recomendado é que seja feita a conversão do RPS em Nota Fiscal de Serviço eletrônica o quanto antes. As prefeituras normalmente estipulam um prazo para o procedimento ser realizado, mas é prudente que seja feito o mais rápido possível.

O período costuma variar conforme o órgão, mas no geral fica entre 5 e 10 dias, não podendo ultrapassar o dia 5 do mês seguinte ao da prestação de serviços. Então, respeite os prazos estabelecidos para não ter problemas com punições que podem prejudicar seus negócios.

É preciso acessar o sistema do órgão municipal que vincula o RPS com a respectiva NFSe e enviar o arquivo em XML ou texto. Então, consulte a prefeitura para saber mais detalhes.

Qual é a diferença entre impressão do RPS e impressão da NFSe?

A principal diferença entre a impressão do RPS e a impressão da NFSe é que o RPS é um documento provisório, enquanto a NFSe é um documento definitivo. Algumas outras diferenças entre elas são:

Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFSe)

É um documento eletrônico que deve ser emitido por todos os prestadores de serviços no Brasil com atividades tributadas pelo ISSQN. A NFSe é autorizada pela prefeitura e deve ser armazenada pelo prestador de serviços por pelo menos 5 anos.

Recibo Provisório de Serviço (RPS)

É emitido quando não é possível emitir a NFSe no momento da prestação do serviço, como em caso de falta de conexão com a internet ou indisponibilidade do sistema da prefeitura. O RPS deve ser convertido em NFSe em até 10 dias após sua emissão.

Quais as principais rejeições envolvendo o recibo provisório de serviço?

As principais rejeições relacionadas ao RPS são:

Rejeição 11309

A rejeição 11309 é causada pela numeração do RPS fora da sequência. 

Isso ocorre no momento em que o RPS é enviado para a prefeitura para ser convertido em NFSe. Então a seguinte mensagem de rejeição é registrada: “O número do RPS informado está fora da sequência, a próxima numeração de RPS é XXXX”.

O que significa que a prefeitura não aceitou o envio transmitido porque um RPS anterior a esse deveria ter sido enviado e autorizado anteriormente.

Neste caso, o prestador de serviços deve entrar em contato com a prefeitura para obter mais informações e/ou para a solicitação da desativação da mesma. 

Em caso de dúvida sobre quem rejeitou o RPS, verifique no Log XML de retorno da consulta do lote do RPS no eDocs. 

Rejeição 13498

Acontece quando um RPS é emitido, integrado ao eDocs e enviado para a prefeitura, mas antes de ser convertido em NFSe, é rejeitado com a mensagem: “O sistema da prefeitura rejeitou o RPS com a mensagem “Ocorreu um erro Inesperado”.

Dessa forma existem duas situações:

  • Se a RPS/NFSe não estiver autorizada na Prefeitura, estiver “Rejeitada” no DE e estiver “4-Rejeitada” no ERP: nesse caso, reemita a RPS no ERP e envie novamente para a prefeitura.
  • Se a RPS/NFSe estiver autorizada na Prefeitura, estiver “Rejeitada” no eDocs e estiver “4-Rejeitada” no ERP: consulte o status da NFSe no sistema da prefeitura e atualize o status no ERP.

Observações:

  • A rotina de consulta só funcionará se o sistema da prefeitura possuir funcionalidade para consulta de status de RPS/NFSe via WebService; 
  • A prefeitura deve ser contatada para corrigir o erro no sistema.

Rejeição 335

A rejeição 335 é causada pelo fato de que as prefeituras que utilizam o provedor DSFNET possuem um controle da numeração de RPS enviada. O número do RPS deve ser sequencial, começando em 1 e aumentando de 1 em 1.

Assim, a prefeitura está rejeitando o Recibo porque o número do RPS é menor do que o número do RPS anterior. Por exemplo, se o RPS anterior foi o 209, o RPS atual deve ser o 210.

Para solucionar essa rejeição, o prestador de serviços deve verificar o número do Recibo anterior e enviar o correto. Se o número do RPS estiver correto, o prestador de serviços deve entrar em contato com a prefeitura para obter mais informações.

Nota fiscal eletrônica de serviço – RPS

Quando a RPS aparece com status de “Rejeitado” no sistema, mas já está como “Processada” na prefeitura, é uma rejeição causada por um atraso na atualização do status do RPS no sistema da prefeitura. 

Logo, o prestador de serviços deve atualizar o status do RPS no sistema. Para isso, siga os os seguintes passo:

  1. Acesse NFSe/Ações e Consultas;
  2. Realize um filtro para encontrar o RPS rejeitado;
  3. Na aba Visualização, dê um duplo clique no RPS rejeitado para selecioná-lo;
  4. Clique com o botão direito do mouse no RPS selecionado e, no menu que será mostrado, clique na opção “Consultar NFSe/RPS”;
  5. Clique em “Atualizar” na parte inferior da tela até que o status mude para “Processada”.

Rejeição E10

A rejeição E10 ocorre quando a prefeitura identifica que já existe um RPS com o mesmo número, série e tipo. Isso pode acontecer se o RPS já foi emitido e autorizado pela prefeitura, ou se foi emitido e rejeitado, mas não foi excluído do sistema da prefeitura.

Para solucionar essa rejeição, o prestador de serviços deve verificar se o RPS já foi autorizado pela prefeitura. Se já foi autorizado, deve emitir um novo RPS com numeração sequencial.

Como emitir o Recibo Provisório de Serviços (RPS)?

O RPS só pode ser emitido após autorização da prefeitura da cidade onde o serviço foi prestado. No entanto, por não ser padronizado a nível nacional, é importante consultar a prefeitura local para saber quais são os dados obrigatórios.

Sua impressão pode ser feita via sistema contratado ou de forma manual, inserindo os dados necessários para a conversão de NFSe como o CPF ou CNPJ do contratante. Além disso, deve ser emitido em duas vias: uma para o prestador de serviços e outra para o tomador de serviços.

Como fazer a emissão da NFSe com base no RPS?

Após a emissão do Recibo Provisório de Serviços, a criação da Nota Fiscal correspondente torna-se uma tarefa relativamente tranquila. Isso porque a maioria dos sistemas municipais já estão preparados para receber os dados e concluir o processo de maneira eficiente, solicitando apenas as informações contidas no Recibo para dar continuidade.

Entretanto, alguns problemas podem surgir nesse processo, e na maioria das vezes estão relacionados à ausência de dados necessários para a correta transmissão da NF. 

Por exemplo, se o prestador de serviços registra o RPS de maneira incompleta e não possui as informações solicitadas no momento da comunicação, gerar a Nota Fiscal correspondente fica mais complicado.

Além disso, em muitos Municípios, há a exigência de que os Recibos sejam emitidos com numeração subsequente, o que pode gerar dificuldades na transformação do RPS no documento fiscal definitivo. 

Isso acontece porque com o uso de sistemas informatizados, a Prefeitura tem maior facilidade em verificar se a empresa está emitindo o RPS na sequência correta, podendo reprovar a emissão de NFs caso esses dados estejam incorretos.

Como emitir o RPS eletrônico?

O RPS eletrônico pode ser usado em casos de grande volume de serviços, como em estacionamentos, para agilizar o processo de pagamento. 

Nestes casos, o sistema da empresa armazena os RPS eletrônicos, sem a necessidade de conexão com o fisco municipal e, ao final do dia, envia os Recibos eletrônicos em lote para a prefeitura, que os converte em NFSe.

Em alguns casos, as prefeituras permitem que os Recibos eletrônicos sejam emitidos sem os dados do cliente, apenas com a data, descrição do serviço prestado e valor. Isso porque em situações como saídas de eventos, por exemplo, muitos clientes querem pagar o estacionamento ao mesmo tempo. Se a empresa emitisse as NFSe individualmente, o processo seria lento e provocaria filas.

Dessa forma, a empresa pode emitir RPS eletrônicos para cada cliente e enviar os documentos em lote para a prefeitura no final do dia. Que por sua vez, converte os RPS em NFSe e envia os documentos para a empresa, que pode entregá-los aos clientes.

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João Vallim

Analista de marketing, nerd, videomaker e fotógrafo nas horas vagas.

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Como consultar nota fiscal de terceiros?

Consultar uma nota fiscal é um procedimento essencial, entre outras coisas, para conferir se o documento em questão é verdadeiro ou não, e também se ele é válido conforme as regras da prefeitura municipal onde ela foi emitida ou da Secretaria da Fazenda.

Além disso, a consulta é um meio importante para checar informações relativas à compra, como a data em que ela foi feita, formas de pagamento, valor final, entre outras.

Por isso, os diferentes documentos fiscais podem ser consultados por métodos distintos. Geralmente, essa pesquisa pode ser feita pela chave de acesso, uma espécie de “RG” da nota fiscal. Mas há casos em que a averiguação pode ser feita pelo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou até sem chave de acesso.

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Estes erros podem ser causados desde o preenchimento incorreto de informações, ou até mesmo confusão com dados importantes.

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