O que é uma API?

Yuri Corredor

Ainda não sabe o que é uma API? As APIs são uma série de padrões que tornam o desenvolvimento de plataformas, softwares e aplicativos mais prático. Por se comportarem como uma forma de ponte, permitem a comunicação entre diferentes aplicativos e sistemas, otimizando a troca de informações e funções. Se você utiliza redes sociais, mapas e GPS, ou gosta de fazer compras online, certamente já utilizou essa tecnologia. Neste artigo, você vai entender mais sobre o que é uma API, como funciona e por que ela é fundamental para o desenvolvimento de aplicações integradas.

Conteúdo

O que é API e para que serve?

Do termo em inglês Application Programming Interface, uma API nada mais é que uma série de normas que visam a comunicação entre plataformas. Para que essa comunicação ocorra, a interface segue protocolos e normas pré-estabelecidas para a criação de novos softwares.

Uma API facilita e simplifica o trabalho dos desenvolvedores, onde se pode produzir aplicativos e plataformas capazes de acessar recursos de sistemas, softwares e aparelhos, tudo de forma padronizada e sem necessitar criar todas as soluções do zero. 

Por exemplo, no caso dos celulares, através de uma interface de programação é possível acessar as funcionalidades da câmera. Isso facilita o desenvolvimento de novos aplicativos que utilizem os recursos de foto e vídeo,  sem a necessidade de criar uma nova interface desde o começo. 

Alguns exemplos de softwares que utilizam APIs para ter acesso a recursos de terceiros, como localização ou câmera, são o Google Maps e redes sociais como Instagram e Tik Tok.

Como funciona uma API?

Uma API funciona por meio da comunicação de códigos, de modo que ela define como determinados objetos vão se comportar em uma interface. Assim, os aplicativos podem se comunicar entre si, sem a interferência do usuário.

Assim, as APIs se comportam como se fossem acordos, com documentos que oficializam o que foi estabelecido entre as partes interessadas. Dessa forma, no momento que uma das partes faz uma solicitação remota estruturada em um padrão determinado, a aplicação da outra parte responderá de forma correspondente. 

Quais são os principais tipos de API?

As APIs podem ser classificadas de acordo com sua estrutura e propósito, atendendo diferentes necessidades de integração e compartilhamento de dados entre sistemas. 

Entre os principais tipos de APIs temos:

Tipos de API por forma de acesso

Aqui entram APIs que seguem políticas de uso e de compartilhamento. São elas:

APIs privadas ou internas

São APIs ocultas a usuários externos, de modo que apenas sistemas internos de uma organização podem visualizar e acessar. Como sistemas internos de bancos por exemplo.

APIs públicas ou abertas

Abertas para qualquer desenvolvedor utilizar, como as APIs do Google Maps e do X (Twitter).

APIs de parceiros

Possuem acesso restrito a parceiros específicos, onde os recursos são expostos apenas aos membros incluídos no acordo comercial. Para os que não fazem parte do acordo, é preciso uma autorização para utilização. 

Aqui temos como exemplo APIs de integração entre plataformas de pagamento e e-commerces.

APIs compostas

São uma combinação de duas ou mais APIs diferentes para o desenvolvimento de sistemas mais complexos.

Tipos de API por estilo de arquitetura

Aqui se enquadram APIs que seguem protocolos padronizados da troca de dados entre diferentes serviços web. Vejamos agora como se dá o funcionamento da API conforme alguns critérios.

APIs SOAP

As APIs projetadas com o SOAP (Simple Object Access Protocol) utilizam XML para o envio de mensagens e recebem solicitações por HTTP ou SMTP. Dessa maneira, o SOAP facilita a troca de informações entre sistemas e aplicativos de diferentes linguagens de forma prática. 

Em geral, as APIs construídas com base nesse protocolo são sistemas com requisitos e regulamentos rígidos de segurança. Com extensões que tornam possível a integração de recursos de segurança como autenticação, autorização, confidencialidade e integridade das mensagens realizadas entre clientes e servidores web. 

APIs RPC

Com o RPC (Remote Procedure Call), as APIs funcionam de modo remoto. No momento que o cliente demanda uma ação para o servidor, uma função é realizada no aplicativo. 

APIs WebSocket

Uma API WebSocket aciona a comunicação recíproca entre cliente e servidor, isso permite desenvolver aplicações mais interativas com envio de informações no formato JSON.

APIs nesse formato não exigem que seja estabelecida uma nova conexão cada vez que se faz uma comunicação. Isso porque uma vez feita a conexão, ela permanece contínua e aberta à troca. 

Logo, são muito indicadas para o desenvolvimento de aplicações que precisam ou desejam realizar comunicação em tempo real. 

APIs REST

As APIs REST (Representational State Transfer ) operam o protocolo HTTP para a troca de dados, sendo muito utilizadas no desenvolvimento de aplicações escaláveis e que precisam de grande eficiência.

Basicamente, o cliente envia solicitações em forma de dados ao servidor que, por sua vez, usa essa entrada do cliente para iniciar funções internas retornando os dados de saída ao cliente. 

Tipo de API pelo uso

Entre os principais tipos de APIs relacionadas ao uso temos: as APIs de Dados, de Serviços, de Hardware ou Sistema Operacional.

APIs de Dados

São aquelas que disponibilizam o acesso a banco de dados e outras informações específicas. Como por exemplo, API de previsão do tempo ou de cotação de moedas.

APIs de Serviço

Executam operações específicas em nome do cliente, como APIs de pagamento.

APIs Remotas

Definem padrões de interação contidas nas aplicações em diferentes dispositivos. Dessa forma, um software pode acessar determinados recursos localizados fora do dispositivo em que foi feito o requerimento. 

APIs Web

Muito utilizadas por fornecerem dados que os dispositivos podem ler e transferir entre sistemas web ou arquitetura cliente-servidor.

APIs de Hardware 

Fornecem interfaces para interação com componentes físicos, tais como sensores e dispositivos embarcados. Exemplo: API do Android para câmera.

APIs de Sistema Operacional

São interativas com as funcionalidades do sistema operacional, permitindo gerenciamento de arquivos e processos. APIs como do Windows ou do Linux se classificam nesta categoria.

O que uma API pode fazer?

Com essa ideia de facilitar processos de desenvolvimento, uma API torna possível criar novas plataformas a partir de um padrão. Isso simplifica a criação de novos aplicativos e softwares, uma vez que não é necessário desenvolver códigos personalizados. 

Outra questão, é que as APIs são de extrema relevância quando se trata de segurança. Essas interfaces são habilitadas a bloquear o acesso e a permissão a dados que outras plataformas não podem utilizar.

Logo, as APIs podem ser utilizadas em diversas áreas.  Alguns exemplos são:

  • Aplicativos de comunicação: Redes que são usadas diariamente e que usam a integração da lista de contatos da agenda com a do aplicativo. Exemplo: Messenger, Telegram, Whatsapp;
  • Redes Sociais: Algumas APIs unem redes sociais, tanto com a lista de contatos como nas atualizações do usuário na rede. Como é o caso das redes Instagram e Facebook;
  • Plataformas de pagamento: Esse é o caso dos aplicativos e sites de modo geral onde acontece a integração entre a plataforma e a operadora de cartão de crédito no ato do pagamento; 
  • Comunicação de Serviços: Outro exemplo está no mercado financeiro, onde a comunicação se dá pelo sistema Open Banking, onde as informações dos usuários ficam disponíveis em uma base de dados padrão que consegue se comunicar com outras instituições;
  • Processos Fiscais: Nesse caso, a API atua como uma interface para os processos que impactam o gerenciamento da emissão, incluindo envio, consulta, conferência e armazenamento dos documentos fiscais.

Como criar uma API?

Antes de mais nada, para criar uma API é preciso planejar e saber o que se quer fazer. Com algo bem definido, aí sim é possível testar e documentar, para então comercializar.

Confira o passo a passo a seguir:

1. Planeje

Primeiro, defina o escopo e os casos de uso da API com antecedência. 

Utilize especificações para estruturar o design e garanta que a API siga padrões atualizados de desenvolvimento, pensando na escalabilidade e facilidade de integração.

2. Crie

Desenvolva utilizando códigos como boilerplate para prototipar. 

Personalize e ajuste o protótipo para atender às necessidades específicas do projeto, certificando que a API está alinhada com as funcionalidades esperadas e práticas internas.

3. Teste 

Testes são primordiais para validar o funcionamento da API, assim como identificar e corrigir erros.

Utilize ferramentas de teste de API para simular diferentes cenários e validar itens como a segurança, avaliando a resistência a ataques cibernéticos. 

4. Documente

Crie uma documentação clara que explique métodos, endpoints e casos de uso.

Facilite a integração descrevendo o processo de autenticação, limites e exemplos práticos.

Ter uma documentação bem estruturada aumenta a adoção e facilita o suporte. Afinal, por mais que as APIs sejam autoexplicativas, é importante garantir uma boa usabilidade.

5. Comercialize

Desenvolva um planejamento de vendas e disponibilize em canais que dialoguem com o seu público alvo de forma diferenciada. 

Publique a API em marketplaces especializados, ofereça uma versão gratuita e planos pagos para atrair diferentes perfis de usuários. Aumentando a visibilidade da sua API, as chances de retorno financeiro são maiores.

Como usar uma API?

Para utilizar uma API, desde a escolha do serviço até sua integração no código garantindo uma implementação eficaz e alinhada com as melhores práticas, faça o seguinte:

  1. Escolha a API: Identifique uma API que ofereça os dados ou funções necessárias;
  2. Obtenha a chave de API: Crie uma conta no provedor da API, se necessário. Gere ou solicite uma chave de API para acessar o serviço;
  3. Leia a Documentação: Estude a documentação da API para entender os endpoints disponíveis, parâmetros, formatos de dados e exemplos de uso;
  4. Configure o cliente: Instale um cliente HTTP ou escreva seu próprio código para enviar requisições. Insira a chave de API nas configurações do cliente ou diretamente nas requisições;
  5. Teste as requisições: Se não usar um cliente, estruture as requisições manualmente, consultando a documentação. Teste os endpoints no navegador ou no cliente para verificar se as respostas estão corretas;
  6. Integração no Código: Após se familiarizar com a sintaxe, incorpore a API no seu aplicativo ou site, utilizando os endpoints e dados conforme necessário;
  7. Manutenção e Monitoramento: Monitore o uso da API e, se necessário, faça ajustes com base em atualizações ou limites de uso.

Como a Focus NFe pode te ajudar com APIs de notas fiscais?

As APIs desempenham um papel fundamental na integração de sistemas, simplificando a comunicação entre diferentes plataformas e automatizando processos. Elas permitem que empresas otimizem operações, ganhando eficiência e agilidade, especialmente em tarefas repetitivas, como a emissão e gestão de documentos fiscais.

Se a sua empresa busca formas de melhorar esses processos, utilizando o potencial de uma API para automatizar e integrar a emissão de notas fiscais ao seu sistema interno, nós podemos ajudar.

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